quarta-feira, 11 de novembro de 2009

História do Gualicho - Década de 70

Tempos difíceis se avizinhavam. A despeito de ter conseguido montar grandes times na década de 60, o Caxias começava a década seguinte passando por dificuldades. A construção de novas arquibancadas e vestiários drenava os recursos do clube, que passou a ter cada vez menos recursos para investir no futebol.

Ainda assim, conseguia montar bons times e se manter entre os ponteiros do campeonato catarinense. Foi assim em 1971, quando chegou em terceiro lugar. O time tinha Jurinho; Luizinho, Pimentel, Émerson e Vevé; Piava e Fontan; Jairzinho, Campos, Bahia e Itamar. O centroavante Cosme da Silva Campos era formado nas categorias de base do Clube Atlético Mineiro e iniciou sua carreira profissional emprestado ao Caxias. Voltou ao Galo Mineiro e chegou à Seleção Brasileira. O campeão daquele ano foi o América, voltando à hegemonia do futebol catarinense depois de 19 anos.
O Galo da Zona Norte pagou um alto preço pelo título. Depois daquela campanha o clube conheceu grandes problemas financeiros, da mesma forma que acontecia com o Caxias. No final de 1975 este fez uma proposta a um grande empresário de Joinville, caxiense histórico, para a recuperação do clube. Recebeu como resposta uma negativa e uma quase imposição: o empresário só financiaria a empreitada se houvesse um único clube que unisse a cidade inteira sob um novo projeto.
Aos dois tradicionais rivais não restou alternativa: deram-se as mãos, encerraram as atividades profissionais de futebol e entregaram suas respectivas vagas no Campeonato Catarinense a uma nova agremiação: o Joinville Esporte Clube. Que já nasceu vencedor. Herdeiro das tradições criadas e cultivadas pelos velhos adversários e também da torcida de toda a cidade, o JEC foi campeão logo no primeiro campeonato estadual que disputou. Com o elenco formado por jogadores de Caxias e América do campeonato anterior, desbancou a dupla da capital, que vinha dominando a cena desde 1972, alternando-se Figueirense e Avaí como campeões.
O novo clube, empurrado por Americanos e Caxienses que o adotaram desde o primeiro dia, foi disputar o Campeonato Brasileiro de 1977. Era preciso então de um estádio que pudesse abrigar a paixão dessa imensa torcida. O Caxias então cedeu o velho Ernesto Schlemm Sobrinho para servir de palco a vôos mais altos do estreante. Sem fazer qualquer restrição, o clube contentou-se apenas com duas salas nas dependências do Estádio ampliado, agora apelidado de Ernestão, para que pudesse fazer as reuniões da sua diretoria e manter o material histórico angariado durante seus 55 anos de gloriosa existência.
Encerrava-se assim mais um capítulo da história do futebol de Joinville. Novos capítulos passariam a ser escritos tendo como cenário o renovado Estádio, que já vira passar mais de 40 anos de glórias.




Entrada principal do Estádio





A velha arquibancada de madeira vê surgira estrutura de concreto que lhe sucedeu.



Caxias de 1971: Terceiro no Estadual.

Em pé: Jurinho, Émerson, Vevé, Piava, Luizinho e Jota Alves.
Agachados: Jairzinho, Fontan, Baía, Campos e Itamar. Campos chegou à Seleção Brasileira.


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