História


12 DE OUTUBRO DE 1920

O Caxias Futebol Clube foi fundado em 12 de outubro de 1920, por vários simpatizantes de um esporte que então ainda dava seus primeiros passos na Manchester Catarinense. Vários clubes se iniciavam na nova arte, sendo o mais proeminente o América Futebol Clube, fundado seis anos antes.
Entre os pequenos de então se encontravam o Vampiro e o Teutônia. Seus adeptos resolveram juntar forças para fundar uma agremiação maior. Reunidos na propriedade dos Marquardt, na esquina das ruas São Pedro (atual Ministro Calógeras) e São Paulo, Antônio Vian, Armandos Paul, Edgar Schneider, Felipe Zattar, Genoviano Rodrigues, Jaser Vieira, Joaquim das Neves, João Lorenzi, Osvaldo Marquardt, Paulo Kock e Rigoletto Conti fizeram surgir o Caxias Futebol Clube, nome dado em homenagem ao Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro. As cores escolhidas foram o branco do Teutônia e o preto do Vampiro. Surgia assim um adversário à altura do alvi-rubro. Seu primeiro presidente foi Osvaldo Marquardt. O primeiro prélio registrado entre aqueles que se tornariam os maiores rivais do futebol joinvilense se deu no campo do América, então situado na Rua do Mercado (atual Av. Procópio Gomes), esquina com a atual Rua Padre Kolb, onde hoje está o SENAI. Foi disputado em 6 de março de 1921, como parte das festas pelo 70º aniversário da cidade. E o alvinegro ganhou por 2 a 1. Marcaram Afonso Kruger e Waldemar Moreira para o Caxias, descontando Alfredinho Zattar para o América. O time do primeiro clássico foi: Paschoa, Camarão, Braga, Mané Gaspar, Paulo Koch, Joaquim da Neves, Carlos Butschardt, Afonso Kruger, Carlos Lopes, Candinho e Waldemar Moreira.

Em pé: Tiago, Marquardt, Irapuan, Paschoa, Genoviano, Rodrigues, Benedito e Frederico
Ajoelhados: Manequinho, Bento e Alex Schroeder
Sentados: Tetéio, Nenê, Raul Schmidlin, Bilbao e Candinho
ANOS 30

Em 1933 o Caxias inaugurava seu Estádio. Depois de ocupar o antigo campo do Vampiro (que ficava na atual Rua Orestes Guimarães, onde hoje se encontra a Fiação Joinvilense) e um terreno emprestado, na Rua Imaruhy (atual Henrique Meyer, onde hoje está o Hotel Tannenhoff), o Caxias resolveu investir na aquisição de uma área própria. O local escolhido foi o terreno onde até hoje está o seu estádio, na Rua Coronel Francisco Gomes. Pertencia a Ernesto Schlemm Sobrinho, que o vendeu em condições extremamente favoráveis. O pagamento foi concluído somente em 1947.

A inauguração se deu em 16 de abril de 1933, num jogo contra o Coritiba (clube que aniversaria no mesmo dia do Caxias), com vitória alvinegra por 3 a 1.
A década de 30 foi uma época conturbada para o futebol catarinense. A Federação Catarinense de Desportos (FCD - nome da LSCDT a partir de 1927) sofria forte oposição por não estar conseguindo organizar as competições no estado. Em várias edições do torneio estadual não houve participação de equipes do interior e em outras ocorreram muitos protestos por favorecimento aos times de Florianópolis.
Assim outras associações de clubes foram formadas no Estado. A ACD, Associação Catarinense de Desportos, reunia os clubes do norte do Estado. Filiou-se à CBD (Confederação Brasileira de Desportos), entidade mater do futebol no país, credenciando-se a ser o representante catarinense no futebol brasileiro. O mesmo não ocorria com a FCD, que então não estava filiada à CBD. Comprovando a tese da representatividade da ACD, no Campeonato Brasileiro de Seleções o Estado de Santa Catarina foi representado por uma seleção formada apenas por jogadores de clubes filiados a essa Associação.
No Campeonato promovido pela ACD o Caxias foi o campeão, ficando o América com o segundo posto. A formação do alvinegro Campeão Estadual de 1935 era a seguinte: Otávio, Lauro, Reco, Onça, Emílio, Boca, Meyer, Marinheiro, Raul Schmidlin, Ata e Parucker.
Na década de 30 o Caxias dominou amplamente a cena no futebol de Joinville, conquistando todos os títulos da cidade de 1935 a 1939. No Estadual, foi Vice-campeão em 1937 (perdeu a final para o Figueirense por 2 a 1) e terceiro colocado em 1938 e 1939.

Time do Caxias campeão estadual em 1935 pela ACD
ANOS 40

Foi marcada para o Caxias pelos Vice-campeonatos. Em 1941 perdeu a final para o Figueirense por 3 a 0. Em 1945 venceu o Avaí por 2 a 0 em Joinville. No jogo de volta a equipe azurra da capital venceu por 7 a 2 no tempo normal e por 2 a 0 na prorrogação.

No campeonato citadino, levantou os títulos de 1940, 1941, 1944,1945 e 1946.

O Caxias de 1945 – o último em pé à direita é Raul Schmidlin, que defendeu o alvinegro por mais de 20 anos



Caxias de 1949

ANOS 50

Além de não ganhar o campeonato da cidade desde 1946, o Caxias assistiu o arqui-rival ganhar dois títulos estaduais na década anterior. Os anos 50s começaram mantendo o que se desenhara em 1947 e 1948: o América foi o Campeão Estadual de 1951 e 1952, depois de ter ganhado os títulos citadinos.

Era preciso fazer alguma coisa. E a diretoria do Alvinegro montou um time invejável para o campeonato de 1953. Trouxe, entre outros, o consagrado Teixeirinha. Considerado o melhor jogador catarinense da época, Nildo Teixeira de Melo, o Teixeirinha, havia jogado em grandes clubes do futebol brasileiro, onde consolidou sua fama de grande craque barriga-verde. Vice-campeão estadual de 1952 no Carlos Renaux de Brusque, chegou ao Caxias como a grande esperança de quebrar a hegemonia do América. E não decepcionou, sendo o grande nome do Caxias na temporada. Porém no último jogo do campeonato da cidade o Caxias precisava ganhar do América para levantar o título. Quase conseguiu. Com um gol de Renê em completo impedimento, validado pelo árbitro Arthur Lange, ex-jogador do Caxias, o América chegou ao tri-campeonato. O estadual foi ganho pelo Carlos Renaux, com o rubro de Joinville ficando em segundo.
Para 1954 o Caxias juntou um elenco que acabou se transformando naquele que muitos consideram o melhor time do futebol catarinense de todos os tempos. Foi campeão invicto da cidade, com uma campanha incrível: 13 jogos (12 vitórias e 1 empate), marcando 39 gols e sofrendo apenas 8.
Vencida a competição doméstica, era preciso encarar o desafio de ganhar o Estadual, depois de quase 20 anos. A campanha foi igualmente impressionante:

Quartas de finais


Baependy 2 x 4 Caxias
Caxias 10 x 0 Baependy 

Semi-finais

Caxias 2 x 1 Carlos Renaux
Carlos Renaux 1 x 2 Caxias 


Finais

Caxias 6 x 3 Ferroviário
Ferroviário 2 x 2 Caxias
Caxias 7 x 0 Ferroviário 

O time base tinha Puccini; Hélio e Ivo Meyer; Joel, Gungadin e Arno Hoppe; Euzébio, Didi, Juarez, Periquito e Vi.

Juarez foi o artilheiro do certame, com uma marca estupenda: 18 gols em 7 jogos. Juntamente com Vi (Leôncio Vieira, filho do legendário Cilo, campeão estadual em 1929) saiu do Caxias para jogar por muitos anos no Grêmio de Foolball Portoalegrense. Ambos vestiram a camisa da Seleção Brasileira em torneios sul-americanos. Foram escolhidos pela torcida gremista para a o “Grêmio de todos os tempos”. Uma curiosidade: o Grêmio os queria imediatamente após o término do campeonato catarinense. Estavam com as passagens marcadas para ir diretamente de Florianópolis para a capital gaúcha. Depois da goleada no jogo final, a torcida exigiu sua presença para a comemoração do título e ambos vieram a Joinville antes de embarcar para terras gaúchas.
O Caxias Campeão Estadual de 1954.

Há quem considere este o melhor time da história do futebol catarinense.
Em pé: Pimentel (Tec), Puccini, Ary, Ivo Meyer, Joel,Ayala, Gungadin, Hélio, Arno Hoppe e Maçaneiro.
Agachados: Cleuson, Euzébio, Periquito, Didi, Juarez e Vi.


Dois fatos extra-campo ocorridos em 1954 viriam a marcar a história do Caxias. O primeiro deles: em um dia de clássico, um torcedor trouxe para o Estádio um pingüim com o qual havia se deparado na praia. A ave de terras geladas foi “pé quente”: o Caxias ganhou o jogo e um novo mascote.



O Pingüim posa com Arno Hoppe.


O outro fato foi a comparação feita entre o time e um cavalo. Da mesma forma que o Gaulicho, um cavalo de corridas, o Caxias ganhava tudo. A coincidência de cores (o cavalo era todo preto com uma mancha branca na cara) fez com que surgisse o apelido, até hoje utilizado carinhosamente para designar o clube. 
  
  

Gualicho vencendo o GP Brasil de 1953
Veja a que distância ficou o segundo colocado


Em 1955 o Caxias repetiria a façanha: campeão invicto no Citadino e no Estadual. No campeonato da cidade foram dez jogos sem derrota e uma goleada histórica sobre o América: 6 a 0, fechando o campeonato. 

No estadual a campanha foi semelhante à do ano anterior:

Quartas de finais

Baependy 1 x 3 Caxias
Caxias 1 x 0 Baependy 

Semi-finais

Cruzeiro 0 x 3 Caxias
Caxias 4 x 2 Cruzeiro 

Finais

Caxias 2 x 2 Palmeiras
Palmeiras 2 x 2 Caxias
Caxias 2 x 0 Palmeiras 

O time base era: Puccini; Juca e Ivo Meyer; Joel, Hélio e Arno Hoppe; Filo, Boca, Didi, Cleuson e Carioca.
O artilheiro do Campeonato foi Didi, com 6 gols.
O Caxias foi ainda Vice-campeão Estadual em 1959. O Campeão daquele ano foi o Paula Ramos, que recuperava a hegemonia do futebol catarinense para a capital depois de 14 anos.


O time de 1955: bi-campeão invicto.

Em pé: Juca, Puccini, Ivo Meyer, Arno Hoppe, Hélio e Joel.
Agachados: Filo, Boca, Cleuson, Didi e Carioca.

ANOS 60

O Caxias começou os anos 60 da mesma forma que havia terminado os 50: como vice-campeão estadual. Juntamente com o Marcílio Dias de Itajaí, secundou o Metropol de Criciúma, que surgiu como a grande força do futebol catarinense. O clube da Cidade do Carvão introduziu o futebol realmente profissional no estado e levantou 5 títulos estaduais até 1969.

Com times que mesclavam jogadores experientes com novos talentos que surgiam, o Gualicho foi terceiro colocado nos estaduais de 1961 e 1963.
Já no primeiro campeonato da década brilhava uma estrela de primeira grandeza revelada pelo Caxias: Norberto Hoppe foi o artilheiro do campeonato com 9 gols. Ele viria a repetir a proeza em 1966, marcando 33 gols, marca até hoje não igualada no futebol do estado. Foi o maior artilheiro do Brasil naquele ano, superando inclusive o Rei Pelé. Em 1967 transferiu-se para o Bangu do Rio de Janeiro, onde foi vice-campeão carioca.
Outros grandes nomes apareceram no Caxias na década de 60 para brilhar no cenário nacional. Já no final da década João Saldanha, então Técnico da Seleção Brasileira, veio a Joinville para assistir um clássico contra o América. O Caxias perdeu o jogo mas João gostou do futebol de dois jogadores do alvinegro: o goleiro Jairo e o centroavante Mickey. E acabou indicando-os para o Fluminense.
Mickey nasceu Adalberto Kretzer, em Presidente Getúlio-SC. Chegou ao Caxias em 1968. Transferido para as Laranjeiras, caiu nas graças do torcedor do tricolor carioca ao marcar os gols do time nas finais da edição de 1970 do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que era o campeonato brasileiro de maior expressão na época. A torcida estava apreensiva com a ausência do ídolo Flávio, mas viu o craque caxiense substituí-lo à altura. Notabilizou-se ao comemorar seus gols com as duas mãos levantadas e os dedos em "V". Jogou ainda no futebol colombiano (Atlético Júnior e Deportivo Cali), no Bahia, São Paulo e Ceará. Além de ganhar o Robertão de 1970 e diversos títulos estaduais, foi campão brasileiro pelo tricolor paulista em 1977.
Jairo do Nascimento não teve muitas oportunidades logo que chegou ao Fluminense: o titular da posição era nada menos que Felix, titular também da Seleção Brasileira tri-campeã do mundo. Foi então negociado com o Coritiba. No "Coxa-Branca" da capital paranaense foi seis vezes campeão estadual (pentacampeão - 1972 a 1976 - e em 1986) e campeão do Torneio do Povo de 1973, que reuniu os times de maior torcida do país. Daí transferiu-se para o Corinthians, onde foi bi-campeão paulista. Voltando ao Coritiba foi Campeão Brasileiro de 1985. Foi convocado por Oswaldo Brandão para a Seleção Brasileira.
Foi na década de 60 que iniciou no Caxias Osni Fontan. Foi o principal jogador do Caxias até 1976, quando o clube deixou temporariamente os gramados. Com o surgimento do Joinville Esporte Clube, fruto da união dos departamentos de futebol profissional do Caxias e do América, Fontan passou a exercer o mesmo papel no JEC. Foi o capitão do time que levantou o primeiro título estadual do tricolor, que nada mais era do que a união dos elencos dos dois tradicionais rivais do futebol de Joinville. Depois que pendurou as chuteiras passou a ter destacada atuação como comentarista de futebol e dirigente, tendo sido presidente do Caxias e diretor do JEC.
Em 1968 o Caxias mais uma vez chegou muito perto do título estadual. Em um campeonato em que o Tribunal de Justiça Desportiva teve intervenção decisiva, o Alvinegro da Zona Sul decidiu o título com o Comerciário, atual Criciúma Esporte Clube. A equipe azul do sul do estado já havia comemorado o título, mas o Caxias acabou ganhando no STJD os pontos de uma partida contra o Guarani de Lages, igualando-se ao pretenso campeão.
A Federação então marcou os jogos finais do campeonato, em que o time criciumense levou a melhor: empates de 0 a 0 em Joinville, 1 a 1 em Criciúma e vitória do Comerciário por 2 a 0 em Florianópolis.
Fantasmas desse campeonato se instalaram na família caxiense e até hoje assombram os torcedores do Gualicho. As teorias conspiratórias vão desde arbitragens suspeitas (a anulação de um gol de Mickey em Criciúma) até o resultado do julgamento no TJD da FCF (revertido no tapetão do Rio de Janeiro). O fato é que o Caxias, com um time muito superior, ficou em segundo. A história registra: o Campeão Catarinense de 1968 foi o Comerciário.
O time base deste campeonato tinha Jairo; Luizinho, Getúlio, Dinho e Orlando; Léo e Nenê; Jairzinho, Fontan, Norberto Hoppe e Mickey. Jogaram ainda Jurinho, Jota Alves, Coruca, Águia e Zezinho.




 Caxias de 1968: um vice que merecia o título.

Em pé: Nenê, Luizinho, Orlando, Getúlio, Dinho e Jairo.
Agachados: Jairzinho, Fontan, Norberto Hoppe, Léo e Mickey.

Jairo: começou no Caxias, chegou à Seleção Brasileira





Mickey: foi ídolo no Fluminense


Fontan: com uma carreira exemplar, conquistou o carinho e o respeito de duas torcidas.


Norberto Hoppe: artilheiro do Brasil em 1966.

ANOS 70

Tempos difíceis se avizinhavam. A despeito de ter conseguido montar grandes times na década de 60, o Caxias começava a década seguinte passando por dificuldades. A construção de novas arquibancadas e vestiários drenava os recursos do clube, que passou a ter cada vez menos recursos para investir no futebol.

Ainda assim, conseguia montar bons times e se manter entre os ponteiros do campeonato catarinense. Foi assim em 1971, quando chegou em terceiro lugar. O time tinha Jurinho; Luizinho, Pimentel, Émerson e Vevé; Piava e Fontan; Jairzinho, Campos, Bahia e Itamar. O centroavante Cosme da Silva Campos era formado nas categorias de base do Clube Atlético Mineiro e iniciou sua carreira profissional emprestado ao Caxias. Voltou ao Galo Mineiro e chegou à Seleção Brasileira. O campeão daquele ano foi o América, voltando à hegemonia do futebol catarinense depois de 19 anos.
O Galo da Zona Norte pagou um alto preço pelo título. Depois daquela campanha o clube conheceu grandes problemas financeiros, da mesma forma que acontecia com o Caxias. No final de 1975 este fez uma proposta a um grande empresário de Joinville, caxiense histórico, para a recuperação do clube. Recebeu como resposta uma negativa e uma quase imposição: o empresário só financiaria a empreitada se houvesse um único clube que unisse a cidade inteira sob um novo projeto.
Aos dois tradicionais rivais não restou alternativa: deram-se as mãos, encerraram as atividades profissionais de futebol e entregaram suas respectivas vagas no Campeonato Catarinense a uma nova agremiação: o Joinville Esporte Clube. Que já nasceu vencedor. Herdeiro das tradições criadas e cultivadas pelos velhos adversários e também da torcida de toda a cidade, o JEC foi campeão logo no primeiro campeonato estadual que disputou. Com o elenco formado por jogadores de Caxias e América do campeonato anterior, desbancou a dupla da capital, que vinha dominando a cena desde 1972, alternando-se Figueirense e Avaí como campeões.
O novo clube, empurrado por Americanos e Caxienses que o adotaram desde o primeiro dia, foi disputar o Campeonato Brasileiro de 1977. Era preciso então de um estádio que pudesse abrigar a paixão dessa imensa torcida. O Caxias então cedeu o velho Ernesto Schlemm Sobrinho para servir de palco a vôos mais altos do estreante. Sem fazer qualquer restrição, o clube contentou-se apenas com duas salas nas dependências do Estádio ampliado, agora apelidado de Ernestão, para que pudesse fazer as reuniões da sua diretoria e manter o material histórico angariado durante seus 55 anos de gloriosa existência.
Encerrava-se assim mais um capítulo da história do futebol de Joinville. Novos capítulos passariam a ser escritos tendo como cenário o renovado Estádio, que já vira passar mais de 40 anos de glórias.



Entrada principal do Estádio




A velha arquibancada de madeira vê surgira estrutura de concreto que lhe sucedeu.

Caxias de 1971: Terceiro no Estadual.

Em pé: Jurinho, Émerson, Vevé, Piava, Luizinho e Jota Alves.
Agachados: Jairzinho, Fontan, Baía, Campos e Itamar. Campos chegou à Seleção Brasileira.

ANOS 80

Foram dez anos de ausência quase absoluta de futebol. Não fossem alguns jogos de veteranos, ninguém teria entrado em campo com o glorioso manto alvinegro. Enquanto isso, velhos caxienses, e outros nem tão velhos assim, mantinham a chama acesa em reuniões e bate-papos. O clube se resumia às duas salas no Ernestão e à paixão de nomes como Otávio Moreira, goleiro do time nas décadas de 30 e 40, Rolf Wiest, que foi presidente do clube por diversas vezes, o craque Fontan e alguns outros abnegados.

Mas o Caxias não estava morto. Afinal de contas não se acaba com mais de cinco décadas de uma hora para outra. As glórias do passado e a paixão que não se apagou no coração dos caxienses eram chamas que ainda voltariam a brilhar.

ANOS 90

Depois de tanto tempo sem futebol, o presidente Norberto Gottschalk resolveu encarar um desafio que para muitos soava como uma loucura: fazer o Caxias retornar aos campos. Uma camisa estampando o orgulhoso pingüim fez tanto sucesso na cidade que a idéia foi ganhando corpo e em 1996 o time voltou a disputar uma competição oficial: o campeonato da Primeira Divisão de Amadores de Joinville.

O rival América havia votado ao futebol na "Primeirona" alguns anos antes, e já havia ganhado quatro títulos. Era o tri-campeão do torneio e ostentava o título estadual de amadores. O desafio era grande para o Gualicho. E nada melhor do que desbancar o tradicional adversário para recomeçar. E o Caxias foi campeão ganhando do América por 3 a 2 em pleno Estádio Olímpico da Zona Norte. Estava reacesa a chama. O retorno, ao mesmo tempo singelo e glorioso, dava aos caxienses a dimensão da paixão: vinte anos depois, a torcida não havia esquecido o Gualicho.


Caxias de 1996: Campeão de novo, depois de 20 anos sem futebol. Título da Primeirona da LJF.

TERCEIRO MILÊNIO

O retorno em 1996 inoculou novamente o "vírus preto e branco" na pequena mas fanática e, principalmente, fiel torcida. Por mais alguns anos o clube seguiu disputando o campeonato amador de Joinville até que em 2001 - ano em que terminaria a cessão do estádio para o JEC - resolveu dar o grande passo, retornando ao futebol profissional. Assim, no dia 14/07/2001 jogando no Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho contra o Clube Atlético Camboriu pelo Campeonato Catarinense da Segunda Divisão, o Caxias Futebol Clube voltava, depois de 26 anos e 22 dias, às atividade de futebol profissional. Naquele ano o vice-campeonato não deu ao Caxias o direito de chegar à elite do futebol barriga-verde. Foi em 2002, com o título estadual da segunda divisão, que o Gualicho readquiriu o direito de participar entre os grandes de Santa Catarina.

De volta à elite depois de 28 anos, o Caxias re-estreou em grande estilo. Com a melhor campanha entre todos os times, foi o vice-campeão, derrotado pelo regulamento escrito para favorecer os grandes clubes do estado. Repetindo o que já havia acontecido em 1968, o clube viu fugir por entre os dedos um título que lhe era mais do que merecido. Invicto até o jogo final, foi novamente vítima de uma arbitragem covarde e tendenciosa, para dizer o mínimo.
Em 2003 o Caxias ganhou ainda o torneio seletivo da FCF que indicou o representante catarinense na série C do brasileiro, em que foi o campeão da sua chave na primeira fase, caindo na segunda diante do Pelotas, do Rio Grande do Sul.
O vice-campeonato estadual de 2003 deu ao Caxias vaga para a Copa do Brasil de 2004. No jogo que proporcionou o maior público da história do alvinegro, perdeu para o Fluminense do Rio de Janeiro por 3 a 1, despedindo-se aí da competição.
A campanha do Caxias no campeonato catarinense de 2004 começou lembrando a do ano anterior. Invicto, foi o melhor do primeiro turno. A receita desandou completamente no segundo turno, e o time acabou fora da fase final. Na série A-2 daquele ano, premido por imensas dificuldades financeiras, não conseguiu ficar entre os classificados para a série A-1 do Estadual. Em 2005, com muita dificuldade e quase sem apoio, disputou a série A-2, com o objetivo de se classificar novamente entre os melhores do estado. Com um elenco reduzido mas brioso, atingiu a meta: foi o quinto melhor entre os doze clubes, classificando-se para as finais do returno.


Caxias de 2002: No segundo ano, Campeão Estadual da Segunda Divisão. Passaporte para a Elite do futebol Catarinense.


O elenco Vice-campeão Estadual da Primeira Divisão em 2003. Melhor time, melhor campanha.