quarta-feira, 27 de março de 2013

Presidente do Caxias abre o jogo em entrevista ao A Notícia

Durante quatro dias, Flávio Braga preferiu o silêncio. O leilão do Estádio Ernestão o abalou e, desde sexta-feira, o presidente do Caxias estudava maneiras de evitar a perda do maior patrimônio alvinegro. Ontem, o mandatário caxiense decidiu abrir o jogo.
Em entrevista exclusiva ao “AN”, falou das dificuldades de administrar o problema. Até segunda-feira, Braga precisa arrecadar R$ 300 mil para impedir o arremate de R$ 10,6 milhões feito pela Administradora de Bens PCPA, que é dona da Milium. Na semana passada, sua esposa, Jucélia Mendes, chegou até a fazer um apelo nas redes sociais para que fossem feitas doações.
Por enquanto, Braga não sabe quanto foi arrecadado. E diante da falta de apoio, admite que dificilmente evitará a perda do Ernestão. Mas garante: o Caxias não vai morrer sem o seu grande palco. Confira ao lado os principais trechos da entrevista.
Sumiço
— Na sexta-feira, era difícil falar sobre este assunto. Estas coisas nos abalam e fiquei um dia inteiro em reuniões para reverter este quadro. Até acho que podemos revertê-la, pois temos pessoas da nossa confiança nos ajudando. Realmente, é muito difícil arrecadar este dinheiro, mas vamos lutar até o fim. Não há conformismo da diretoria do Caxias com esta situação.
Dívidas
— O Caxias várias e várias vezes ficava devendo para a Federação Catarinense de Futebol. Todo mundo fala que é caxiense, mas só 80 ou 100 pessoas acompanhavam nossos jogos. Aí as dívidas aumentavam. Em 2005, fomos forçados a assumir o clube porque ninguém queria assumi-lo. Muita gente dizia que iria nos apoiar e não apoiava. E hoje, temos esta dívida de R$ 300 mil. Estimo que, com os processos trabalhistas, talvez tenhamos pouco mais de R$ 1 milhão de dívidas.
Volta ao futebol
— Não acho que cometemos um erro de voltar ao futebol. Muitos joinvilenses diziam que a cidade comportava dois clubes. Acho que fomos vítimas da última parceria. Ela parecia séria, tanto é que foram feitas obras de reforma no Ernestão e montamos um time campeão. Mas o tempo mostrou que confiamos nas pessoas erradas.
Ingenuidade?
— A gente tinha a preocupação em confiar nessas parcerias. Chegamos a cobrar os parceiros pelos problemas. Mas estávamos no meio de campeonato. Não tínhamos como parar tudo. Buscamos os últimos recursos para evitar o pior. Infelizmente, confiamos em pessoas erradas.
Ernestão
— Vamos lutar para evitar a perda. Admitimos que é difícil, mas estamos nos mobilizando. Todo mundo sabia que o Ernestão tinha problemas, mas desta vez chegamos a uma situação extrema e por isso estamos lutando. Se conseguirmos evitar o leilão, vamos tentar vendê-lo por R$ 30 milhões. Caso contrário, vamos aplicar o recurso que restar do leilão em patrimônio.
Futuro
— A instituição Caxias não vai deixar de existir. Ela será mantida e não vai sucumbir, nem desaparecer. O recurso que conseguirmos com o Ernestão será revertido em patrimônio para o clube. E agora está na hora de aparecerem os verdadeiros caxienses e até mesmo os joinvilenses que nos criticaram. Se eles querem nos ajudar, o momento é esse.

Fonte: Jornal A Notícia

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